
São Paulo, 7 Março de 2026
Fazem mais de 20 anos... Vejo algumas fotos da turma de 2004. Como era boa aquela época, e eu não sabia...
Tive várias turmas, a de 92 (minha vida começou neste ano), a de 93/94 a de 95/96 (época muito boa, todos gostavam de mim pelo que era, algo parecido, só surgiria uns 8 anos depois).
Só damos conta do quanto algo é importante, depois que perdemos. Por que somos assim? Por que sempre queremos ter ontem, a cabeça que temos hoje? Ainda não descobri...
Sou muito cabeça dura, e minha personalidade, não mudou muito com os anos. Mas aprendi o quanto minhas encanações daquela época, eram tão fúteis e fáceis de resolver, aprendi que depois de tempos, a dor é sempre maior pelo arrependimento de não ter feito algo, do que de ter feito e se dado mal, ou não, o fato de que nunca (e nunca é realmente uma palavra muito forte) poderá saber como poderia ter sido é que dói.
Faz tempo, mas nesta e nas outras oportunidades que tivemos de nos encontrar, aprendi algumas coisas (um de meus defeitos, é que estou constantemente me analisando). Eu estava voltando à ser o que eu era na turma de 92 (com menos pessoas é claro). Depois de 98, 99, os anos haviam me transformado muito, eu pensava no que eu "devia" fazer, falar ou ser, sem me importar com o que eu queria. A regra era do que era "certo" e necessário. Nós mesmos nos envelhecemos, de propósito. Esta turma não havia conhecido o que tinha me transformado, apenas o que eu tinha sido. E estava sendo bom. Enquanto eu não parava para pensar.
É incrível como não damos importância para nossas crenças na vida, ou como agregamos valores de forma tão desatenciosa, mas nos apegamos de forma tão forte à elas quando alguém resolve toma-la, ou mudar nossas crenças. A Talita me disse algo que na época, não tinha talvez maturidade ou coragem suficiente para assimilar. Não somos uma pessoa só, ou apenas uma face em todos os meios que nos encontramos. Somos uma pessoa com nossa família, outra com nossos pais, outra na escola, outra no serviço e assim por diante. E isto acontece de uma forma tão natural, que hipocritamente, nåo percebemos.
Como perdemos facilmente nossas turmas, as vezes por mudança de escola, de bairro, idade, interesses diferentes, etc.. Tive outras turmas depois da de 2004. Também foram embora, mais cedo ou mais tarde, hoje que sei da importância que certas coisas e pessoas, talvez soubesse como evitar isto. Na época não sabia.
Se pudesse voltar no tempo e colocar algumas coisas na cabeça daquele jovem Lucas que se considerava velho demais, diria por exemplo, para não tentar ter sempre o controle das coisas, tentar parar de prever o futuro, deixar as coisas rolar, parar de se analisar, ser menos exigente consigo mesmo e com todas as outras pessoas, rir mais em todas as ocasiões, não querer ter certeza à todo instante de que é importante para as pessoas que considera. Diria, para ser mais emocional e menos racional, diria para arriscar perder, para viver mais os momentos, e menos os anos. Diria para ser a pessoa que tinha vontade se ser apesar do destino e da consequência de seus próprios atos, ter-o transformado em outra pessoa, E principalmente, diria para ele parar de fumar, e lhe daria os números da Mega Sena daqueles anos.
2 comentários:
Considerações sobre o post:
Perceber a importância de algo ou alguém apenas após a perda é uma característica presente em 99,9% dos homens. Também não sei o motivo, mas é fato.
Sobre querer ter a cabeça de hoje, muito provavelmente vc não teria essa consciência caso não tivesse as experiências anteriores... Parece fácil pq vc passou por aquela situação antes... O desconhecido assusta, preocupa, enfim...
Praticar constante auto-análise é defeito? Puuutz, mais um pra minha lista!!!
Daria pra mim mesma os quase todos os conselhos q vc deu ao jovem Lucas... E diria pra vc: Defeitos todos temos, cabe a nós mesmos conhecê-los e nos aprimorar sempre. A felicidade é uma conquista diária. Não acredite em milagres, nem na mega sena!
Beijosss
Rs,rs Gostei.
Postar um comentário