
Esse é um texto que conta a história de Cleverson, um típico osasquense sonhador e trabalhador que encontra nos simples detalhes da vida a felicidade.
Sexta-feira, 05 de janeiro de 2007
Lá estou eu numa praia paradisíaca acompanhado de duas belas garotas e tomando meu whisky com água de coco, quando subitamente ouço um barulho irritante muito familiar vindo do céu, “maldito despertador de R$1,99”, mais uma vez ele surge para acabar com meus sonhos e me acordar para a realidade de mais um dia de trabalho. Para amenizar um pouco meu desapontamento logo me lembro que não é de todo mal, pois ainda moro em Osasco.
Levanto-me e calço minhas Havaianas e corro para o chuveiro, pois tenho poucos minutos para me preparar para o trabalho. No rápido banho ainda consigo tempo de me atrever a cantar “Festa no Apê” enquanto formo com a espuma do meu shampoo Colorama incríveis formatos em meu cabelo.
Enquanto tomo meu chocolate quente fico olhando pela janela, visualizando a beleza de meu bairro com os meus olhos scaneando de baixo para cima os morros. Logo noto a diversidade de formatos de casas e cores, predominando a tradicional cor de tijolo baiano sem rebocar, dando um charme a mais à região.
Ao sair de casa, como de costume, brinco com meu cachorro Tevez, um legítimo vira-lata que tive a grande sorte de encontrar na rua. “Como pode uma pessoa perder um cachorro com esse padrão de beleza: 8 cores, quase todos os dentes na boca e ainda um corpo esbelto que deixa à mostra suas delicadas costelas?”. Minha mãe, uma fanática corintiana, deu o triste nome ao coitado, apesar de que olhando suas características eu creio que coube como uma luva.
No caminho para o ponto de ônibus leio que mais 100 pessoas morrem no Bagdá em um jornal que cobre o corpo de mais uma vítima da falta de oportunidade na sociedade. Nessas horas eu penso “ainda bem que não moro no Iraque, não sei se conseguiria viver junto a tanta violência.”
No ponto de ônibus sempre aquela festa ao encontrar meus camaradas Boy, Peidorreras e o Gordo, grandes irmãos que conheci pela vida à fora. Ao embarcamos no ônibus praticamente vazio, onde dava até para levantar um dos braços, logo capto nos zum zum zum do ambiente as informações necessárias para meu dia-a-dia, já que não tenho muito tempo para assistir jornal. “Quer dizer que a Gretchen gravou um filme pornô?”, “Suzana Vieira levou uns chifres do marido”, “Tati Quebra-barraco é presa de novo”, entre outras notícias imprescindíveis.
Depois de 2hs de viagem chego ao meu destino, Largo da Batata
Meu trabalho até que é divertido, além de vender faço prospecção de clientes. Fico na porta de uma loja de confecções batendo palma e pedindo para as pessoas que passam na rua para subirem até a loja que fica na parte superior de um sobradinho.
O local onde trabalho é cercado de boa música graças aos nossos amigos Ceará e Marquinhos, que trabalham no mercado informal com uma barraquinha em frente à loja. Ficamos o dia inteiro ouvindo Aviões do Forró, Calcinha Preta e os pancadões.
Na hora do almoço é aquela bagunça, normalmente eu levo uma marmita, mas como hoje é Sexta-feira prefiro ir ao Tio do Churrasco. O Chicão vende um lanche de presença por apenas 1 real e ainda ganhamos um suco. De vez em quando encontramos algumas abelhas no copo, mas esses tipos de insetos são limpinhos.
Depois de 20 minutos de almoço preciso retornar à loja para encarar o 2º tempo dessa jornada.
Em breve a continuação da incrível história “Um dia na vida de um típico osasquense”.
6 comentários:
HUAHAUAHUAHUHAUHAUHAUHAUHA
Tô rindo muito do Diário de um Osasquence....e o Lucas aqui no meu cangote tb(sem malícia...rs)
A minha amiga acabou de dizer:
- Droga, fui picada por uma abelha!
E a gente respondeu quase em uníssono:
- Não tem problema, esses bichos são limpinhos!
hahaha
Bjos
Vai ser difícil superar o humor dos osasquenses.
Só esqueceu de dizer que o lanche de 1 real 'vacina o corpo', pela quantidade de bactérias, virus, fungos e etc enfraquecidos pelo calor da máquina e que o suco agora e´obrigatório por lei ser distribuido junto com lanche e que vem nos deliciosos sabores: vermelho e amarelo.
Coisas que precisam ficar bem claras:
“predominando a tradicional cor de tijolo baiano sem rebocar, dando um charme a mais à região.”
Absolutamente que os tijolos “baiano” tratam-se apenas de um acordo entre moradores, onde para manter o padrão de beleza da cidade todos tem que se adequar a esta condição... somos organizados, é como aqueles condôminos fechados bem chiques, onde os moradores fazem uma reunião e determinam o padrão visual!
“Ah! Edvania, me lembro quando eu a vi pela primeira vez na Festa dos Nordestinos em Carapicuíba. Huahauhaahuahuahauhauhuahuahauahu impressionante como existe grande de número de incidentes de Osasquenses que pegam pessoas de Carapicuíba, que coisa não?
“O Chicão vende um lanche de presença por apenas 1 real e ainda ganhamos um suco.” Isso só pode ser “churrasco grego” hauahahauhauhauahaua é mto famoso por lá, dizem as más línguas, más mesmo, que é uma delícia dos deuses!
Cara me senti em casa, que linda homenagem, como é bom ser Osasquense né, pessoal fino, hábitos finos, coisas finas ai ai, rende até homenagem no canal de informação e comunicação, mais conhecido como “blog do Sr. Hugo Mariatti”, vc só esqueceu de citar que não tem coisa mais prazerosa, do que andar no famoso calçadão de Osasco inteiro debaixo de um sol torrando a mente, um monte de gente esbarrando em você com sacolas e mais sacolas e quando finalmente você chega no final vem um tiozão e berra bem alto no seu ouvido: “Oculista....Exame de vista!” todo bom Osasquense sabe bem o que é isso, sensação indescritível! Mal posso esperar o próximo capítulo!
Aquele abraço™
Luciana,
Já vi que vc é uma osasquense® legítima como eu. Vc conhece as essências de nossa cidade.
Em breve teremos o capítulo 2 - final, mas as aventuras de Cleverson não param por aí. Já tô pensando em novos episódios para Cleverson. (rs)
Grande beijo
Cara eu morri de rir com esse post...
Muito bom! Eu costumava passar férias na casa de parentes em osasco City, ótimas lembranças.
Beijos
D.Bauer
Engraçado como lugares diferentes remetem a experiências semelhantes: se vc substituir alguns nomes de lugares, dá para pensar que a estória se passa na Zona Leste de Manaus.
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